o livro

Tropeçando


Quem se arrasta não tropeça
Nem bate com a cabeça,
Só que andar é bom à beça
Por incrível que pareça.

Quem se arrasta come mato,
Quem caminha vai com o vento.
Pé descalço ou de sapato,
O que vale é o movimento.

Quando a gente fica em pé,
Pode mesmo tropeçar.
E se machucar até,
Mas também pode andar.

E andando a gente sente
Que tudo se movimenta,
E a vida vai com a gente
E a nossa alegria aumenta.

Me arrastei muito na vida,
Hoje eu ando bem a prumo.
Mesmo a queda dolorida
Me ajudou a tomar rumo.

Grota do Junco, Janeiro de 2007